A capital baiana tem assistido à transformação de seu espaço urbano num território de repressão e multas. Tudo sob o comando de Bruno Reis, com a tutela política de ACM Neto. Nos primeiros seis meses de 2025, a cidade contabilizou 357 mil infrações de trânsito — e esse é apenas o começo.
A multiplicação dos radares e a sofisticação na aplicação de multas mostram que a preocupação central da prefeitura não é educar, mas arrecadar. São equipamentos eletrônicos por toda parte, prontos para flagrar quem comete até o menor deslize. O motorista virou alvo fixo, e o pedestre, um espectador da vigilância constante.
As restrições não param no trânsito. Com o novo decreto sobre patinetes, até quem busca alternativas sustentáveis é penalizado. O jovem que tenta ir ao trabalho de patinete, se for menor de 18, está proibido. Se for maior, tem que seguir velocidades absurdas, sob pena de multa e suspensão do direito de circular.
Para completar o pacote repressivo, surge o projeto que cala as praias. O som que animava finais de semana agora corre risco de ser criminalizado. Com multas que podem chegar a R$ 15 mil, a prefeitura transforma o espaço público em zona de silêncio forçado. Nem nas areias o soteropolitano encontra paz.
É esse o legado que está sendo construído: uma Salvador disciplinada à força, onde a cultura e a mobilidade são vítimas de uma gestão que enxerga o cidadão como infrator em potencial.